Cardiologia e Ciências Cardiovasculares
http://hdl.handle.net/10183/26
2024-03-28T11:45:05ZQualidade de vida 3 meses após alta hospitalar de sobreviventes de COVID-19 : análise em dois períodos da pandemia
http://hdl.handle.net/10183/272544
Qualidade de vida 3 meses após alta hospitalar de sobreviventes de COVID-19 : análise em dois períodos da pandemia
Daga, Andressa
A persistência de sintomas após a infecção por COVID-19 afeta cerca de 30% dos indivíduos, causando impacto na qualidade de vida. A vacinação, tratamentos específicos e variantes alteraram o perfil de pacientes hospitalizados, contudo há poucos dados disponíveis no Brasil. Objetivos: Avaliar a qualidade de vida de pacientes hospitalizados por COVID-19 moderado a grave 3 meses após a alta hospitalar e comparar esses parâmetros em dois períodos da pandemia. Métodos: Foram utilizados dados de duas coortes prospectivas multicêntricas de pacientes hospitalizados devido à COVID-19 em dois períodos da pandemia (2020 a 2021 e 2022 a 2023). Foram excluídos pacientes que faleceram durante a internação. As amostras foram comparadas usando pareamento com escore de propensão. O desfecho primário foi escore de qualidade de vida EQ-5D-3L 3 meses após a alta hospitalar. Resultados: Um total de 1.121 pacientes sobreviventes de COVID-19 do primeiro período e 398 do segundo período foram incluídos. Os pacientes do segundo período são mais idosos (68±15 vs 52±14, p<0.0001) e apresentam mais comorbidades. Após pareamento pelo escore de propensão, 430 pacientes foram analisados (215 em cada grupo). A qualidade de vida 3 meses após a hospitalização foi pior no segundo período (0.68±0.24 vs 0.75±0.22; p=0,01) em relação ao período inicial. Conclusões: Sobreviventes de internação por COVID-19 no segundo período apresentam pior qualidade de vida, resultado que pode ser explicado pela diferença no perfil de pacientes internados nos dois períodos da pandemia. E apesar do seu término, indivíduos hospitalizados com COVID-19 ainda requerem atenção pelas complicações e impacto na sua saúde.; Introduction: Persistence of symptoms after COVID-19 can affect approximately 30% of infected individuals, impacting quality of life. Vaccination, the advent of specific treatments, and new SARS-CoV-2 variants have changed the profile of patients hospitalized for COVID-19. However, few data from Brazil are available. Objectives: Assess the quality of life of patients hospitalized for moderate to severe COVID-19, 3 months after hospital discharge, at two distinct stages of the pandemic. Methods: Data were obtained from two multicenter prospective cohorts at two distinct stages of the pandemic (2020 to 2021 and 2022 to 2023). Patients who did not survive to hospital discharge were excluded. To compare the samples, propensity score matching was applied. The primary outcome was defined as the EuroQol-5D3L (EQ-5D-3L) quality of life score 3 months after hospital discharge. Results: A total of 1,121 COVID-19 survivors from cohort 1 and 398 from cohort 2 were included. Patients in the second period are older (68±15 vs 52±14 years, p<0.0001) and have more comorbidities. After propensity score matching, 430 patients were analyzed (215 in each group). Quality of life scores 3 months after hospitalization were significantly worse in cohort 2 (0.68±0.24 vs 0.75±0.22; p=0.01) compared to cohort 1. Conclusions: Survivors of hospitalization for COVID-19 in the second period have a worse quality of life, a result that can be explained by the difference in the profile of patients hospitalized in the two periods of the pandemic. Although the pandemic is no longer considered a public health emergency, individuals hospitalized for COVID-19 require closer attention due to higher rates of complications and impact on subsequent health-related quality of life.
2023-01-01T00:00:00ZPrevalência e mortalidade total dos estágios de insuficiência cardíaca em idosos do estudo ELSA-Brasil
http://hdl.handle.net/10183/271270
Prevalência e mortalidade total dos estágios de insuficiência cardíaca em idosos do estudo ELSA-Brasil
Heidemann Junior, Altair Ivory
A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica que possui alta prevalência e morbidade, especialmente na população idosa. Para enfatizar sua evolução e progressão, a AHA (American Heart Society) propôs a classificação da IC em estágios. Indivíduos sem fatores de risco encontram-se no estágio 0, enquanto no estágio A encontram-se aqueles com algum fator de risco. No estágio B, são incluídos aqueles assintomáticos com alterações cardíacas estruturais ou funcionais, e no estágio C estão os indivíduos sintomáticos. O estágio D é composto daqueles com sintomas refratários ao tratamento. Nosso objetivo foi estimar a prevalência e a mortalidade dos estágios da IC nos indivíduos 60 anos ou mais de idade que participam do estudo ELSA-Brasil, utilizando dados demográficos, história médica pregressa, eletrocardiograma e ecocardiograma Dentre os 2356 participantes da ELSA-Brasil incluídos neste estudo, as prevalências dos estágios de IC foram A: 1026 (44%), B: 557 (24%) e C: 269 (11%), com distribuição diferente entre os sexos (p<0,001). As taxas de mortalidade de acompanhamento ao longo de 12 anos foram de 6%, 12%, 18% e 27%, com hazard ratios [IC 95%] de 1,85 [1,2-2,7], 2,59 [1,7-3,9] e 4,98 [3,3-7,6], respectivamente, em comparação aos 504 (21%) participantes considerados de baixo risco para desenvolver insuficiência cardíaca (estágio 0). Uma análise adicional foi realizada para estimar o impacto de cada critério empregado na classificação por estágios na mortalidade total. Além da idade, sexo masculino e raça não branca, destacaram-se como fatores preditores para mortalidade o diabetes mellitus, a presença de fibrilação atrial, hipertrofia ou disfunção do VE ao ecocardiograma e a diminuição da capacidade funcional. A utilização dos estágios de IC da AHA permite classificar indivíduos a partir de características relacionadas à IC e identificar aqueles de pior prognóstico entre os idosos de uma coorte brasileira. Encontramos uma prevalência alta de idosos com estágios pré sintomáticos (A e B) e sintomáticos de IC, semelhante a outras populações estudadas, reforçando a necessidade de identificação e categorização dos estágios da IC para a adequada compreensão e planejamento das políticas de saúde para idosos.; Heart failure (HF) is a clinical syndrome that has a high prevalence and morbidity, especially in the elderly population. To emphasize its evolution and progression, the AHA (American Heart Society) proposed classifying HF into stages. Individuals without risk factors are in stage 0, while in stage A are those with some risk factors. Stage B includes asymptomatic individuals with structural or functional cardiac changes, and stage C includes symptomatic individuals. Stage D is comprised of those with symptoms refractory to treatment. Our objective was to estimate the prevalence and mortality of HF stages in individuals 60 years of age or older participating in the ELSA-Brasil study, using demographic data, past medical history, electrocardiogram and echocardiogram. Among the 2356 ELSA-Brazil participants included in this study, the prevalence of HF stages were A: 1026 (44%), B: 557 (24%) and C: 269 (11%), with different distribution between the sexes ( p<0.001). Follow-up mortality rates over 12 years were 6%, 12%, 18% and 27%, with hazard ratios [95% CI] of 1.85 [1.2-2.7], 2.59 [1.7-3.9] and 4.98 [3.3-7.6], respectively, compared to 504 (21%) participants considered at low risk for developing heart failure (stage 0). An additional analysis was carried out to estimate the impact of each criterion used in the stage classification on total mortality. In addition to age, male sex and non-white race, diabetes mellitus, the presence of atrial fibrillation, LV hypertrophy or dysfunction on echocardiography and decreased functional capacity stood out as predictors for mortality. The use of the AHA HF stages allows classifying individuals based on HF-related characteristics and identifying those with the worst prognosis among the elderly in a Brazilian cohort. We found a high prevalence of elderly people with pre-symptomatic (A and B) and symptomatic stages of HF, similar to other populations studied, reinforcing the need to identify and categorize the stages of HF for the adequate understanding and planning of health policies for the elderly.
2023-01-01T00:00:00ZIncreased serum IL-6 is predictive of coronary artery disease and long-term cardiovascular events in high-risk patients submitted to coronary angiography
http://hdl.handle.net/10183/268232
Increased serum IL-6 is predictive of coronary artery disease and long-term cardiovascular events in high-risk patients submitted to coronary angiography
Mossmann, Márcio
IL-6 é uma citocina inflamatória relacionada a aumento de risco para eventos cardiovasculares. No primeiro estudo, foi avaliado a correlação entre doença arterial coronariana (DAC) com os níveis séricos de IL-6. Em uma amostra de 48 pacientes com suspeita clínica de DAC, aqueles com valores de IL-6>1pg/mL (27% da amostra) todos apresentavam estenoses coronarianas de pelo menos 30%, contra 64% daqueles com Il-6<1pg/mL. No segundo estudo, coorte de pacientes encaminhados para cateterismo cardíaco por risco cardiovascular aumentado devido a dor torácica ou isquemia identificada em exame de imagem, foi dosado IL-6 sérica no momento do procedimento e avaliado desfechos primários cardiovasculares ao longo de semanas. Com uma média de tempo-evento para desfechos primários de 297 semanas, pacientes com níveis mais elevados de IL-6 tiveram (com média de 5,7 anos) maior prevalência de eventos cardiovasculares (HR 2.72 IC 1.32-5.59 p 0.02); aqueles com dosagens menores apresentaram um importante valor preditivo negativo (82%) para eventos cardiovasculares. Em subanálise não se identificou correlação com ter ou não diabetes melito, obesidade e hipertensão arterial sistêmica. Em conclusão, IL-6 demonstrou tanto ser um marcador importante da presença de DAC quanto apresentar valor prognóstico independente para ocorrência de desfechos cardiovasculares adversos em pacientes submetidos à cinecoronariografia.; IL6 is an inflammation-related cytokine associated with elevated cardiovascular risk events. In first we conducted an observational study to correlate the presence of coronary artery disease with serum levels of IL6. A sample of 48 patients in suspicious of clinical relevant coronary disease, 27% of these had serum levels of IL6>1pg/mL and all of them confirmed the presence of significant coronary disease of 30% stenosis at least. In whom IL6<1pg/mL only 64% had significant coronary disease. In the second observational study of elevated risk patients referred to cardiac catheterization for chest pain or ischemia induced in imaging tests, serum IL6 was obtained at this time and correlated with long time cardiovascular outcomes. With a median overall time-to-event for the primary outcome of 297 weeks, elevated serum IL6 patients presented higher prevalent outcomes (HR 2.72 IC 1.32-5.59 p 0.02); lower serum IL6 patients had important negative predicted value for cardiovascular outcomes (82%). Secondary analysis did not presented correlations with diabetes, obesity and hypertension. In conclusion, IL-6 demonstrated to be an important marker for the presence of CAD as well as had an independent prognostic impact to predict the occurrence of adverse cardiovascular events in patients submitted to coronary angiography.
2023-01-01T00:00:00ZMortalidade e arritmia ventricular em pacientes com repolarização ventricular precoce
http://hdl.handle.net/10183/268229
Mortalidade e arritmia ventricular em pacientes com repolarização ventricular precoce
Baldisserotto, Hugo Leonardi
Introdução: Por muitos anos, a repolarização precoce (RP) foi considerado um achado benigno no ECG. No entanto, estudos recentes sugerem que esse padrão em derivações diferentes que V1-V3 (especialmente em derivações inferiores e laterais) está associado a maior incidência e recorrência de fibrilação ventricular (FV). Há carência de dados da população brasileira sobre este tema. Por conta disso, esse estudo objetivou estimar o efeito da Repolarização Ventricular Precoce na sobrevida e na ocorrência de arritmia ventricular em uma amostra de pacientes ambulatoriais e hospitalares do HCPA com diferentes tipos de repolarização precoce durante o período de 10 anos. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo. Incluídos pacientes com diagnóstico eletrocardiográfico de repolarização precoce, por análise do banco de dados do HCPA. Os desfechos estudados foram as arritmias ventriculares e o óbito por todas as causas. Inicialmente, realizou-se análise descritiva das variáveis e dos perfis dos óbitos e dos pacientes com arritmia ventricular. Em seguida, foram conduzidas análises das curvas de sobrevida utilizando o método do Kaplan-Meier e as diferenças entre as curvas dos diferentes tipos de repolarização precoce foram testadas através do teste de log-rank. Para isso, considerou-se significativo p-valor ≤ 0.05. Por último, foram realizados modelos bivariados e multivariados através do método de Regressão de cox nos quais foram obtidas as razões de risco (hazard ratio- HR) brutas e ajustadas para potencial variáveis de confusão e seus intervalos de confiança de 95% (IC95). Essas medidas foram usadas para avaliar os riscos de morte e de ocorrência de arritmia ventricular entre pacientes com os diferentes tipos de repolarização precoce. As análises de dados foram realizadas no software R versão 4.3.0. Resultados: A população do estudo foi composta preponderantemente por homens, com média de idade de 45.6 anos. 13 pessoas (2.7%) sofreram arritmia ventricular (5 do grupo RP lateral, 4 do grupo RP inferior e 4 do grupo RP ínfero-lateral), sendo que a idade (p = 0.0519), o sexo (p = 0.0255) e a ICFer (p = 0.0221) demonstraram diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Quanto a mortalidade, 11 pessoas (2.3%) foram a óbito por todas as causas (5 do grupo RP lateral, 1 do grupo RP inferior e 5 do grupo RP ínfero-lateral), e somente a idade (p = 0.0012) demonstrou diferença estatisticamente significativa entre os grupos. O óbito e a arritmia ventricular não demonstraram diferenças estatisticamente significativas (p = 0.7 e p = 0.5, respectivamente) entre os grupos. Conclusão: A repolarização ventricular precoce, principalmente nas derivações inferiores e laterais, neste estudo, não resultou maior incidência de arritmias ventriculares e morte por todas as causas. Mais estudos prospectivos são necessários para avaliação desta população.; Introduction: For many years, early repolarization (PR) was considered a benign finding on the ECG. However, recent studies suggest that this pattern in leads other than V1-V3 (especially in inferior and lateral leads) is associated with a higher incidence and recurrence of ventricular fibrillation (VF). There is a lack of data on the Brazilian population on this topic. Therefore, this study aimed to estimate the effect of Early Ventricular Repolarization on survival and the occurrence of ventricular arrhythmia in a sample of patients from HCPA with different types of early repolarization over 10 years. Methods: Retrospective cohort study. Patients with an electrocardiographic diagnosis of early repolarization were included in the analysis of the HCPA database. The outcomes studied were ventricular arrhythmias and death from all causes. Initially, a descriptive analysis of the variables and profiles of deaths and patients with ventricular arrhythmia was performed. Then, analyses of the survival curves were conducted using the Kaplan-Meier method, and the differences between the curves of the different types of early repolarization were tested using the log-rank test. For this, a p-value ≤ 0.05 was considered significant. Finally, bivariate and multivariate models were performed using the Cox regression method, in which crude and adjusted hazard ratios (HR) for potential confounding variables and their 95% confidence intervals (95%CI) were obtained. These measurements were used to assess the risks of death and the occurrence of ventricular arrhythmia among patients with different types of early repolarization. Data analysis was performed using R software, version 4.3.0. Results: The study population was predominantly composed of men, with a mean age of 45.6 years. 13 people (2.7%) suffered ventricular arrhythmia (5 from the lateral PR group, 4 from the lower PR group, and 4 from the inferolateral PR group), and age (p = 0.0519), gender (p = 0.0255) and ICFer (p = 0.0221) showed statistically significant differences between the groups. Regarding mortality, 11 people (2.3%) died from all causes (5 in the lateral PR group, 1 in the lower PR group, and 5 in the inferolateral RP group), and only age (p = 0.0012) showed a statistically significant difference between the groups. Death and ventricular arrhythmia did not show statistically significant differences (p = 0.7 and p = 0.5, respectively) between the groups. Conclusion: In this study, early ventricular repolarization, especially in the inferior and lateral shunts, did not result in a higher incidence of ventricular arrhythmias and death from all causes. Further prospective studies are needed to evaluate this population.
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