Avaliação radiográfica do selamento de lesões cariosas proximais em molares decíduos

Abstract

Muitos autores defendem que na presença de uma cavidade cariosa na superfície proximal de um dente, devido à inadequada remoção de biofilme pelo paciente, é indicado o tratamento restaurador invasivo. Porém, de acordo com os princípios da Odontologia Minimamente Invasiva, alguns materiais adesivos têm sido sugeridos como forma de controlar a progressão das lesões cariosas incipientes sem desgaste da superfície dentária. O objetivo deste ensaio clínico randomizado de boca dividida foi avaliar radiograficamente a influência do selamento na progressão de lesões cariosas proximais incipientes ativas em molares decíduos de pacientes inseridos em um programa de tratamento para a atividade cariosa. Vinte e sete crianças apresentando no mínimo duas lesões cariosas proximais em molares decíduos, radiograficamente detectadas em esmalte ou metade externa de dentina e clinicamente diagnosticadas como ativas, independente de estarem cavitadas ou não, participaram do estudo. Randomicamente, uma lesão recebeu o selamento e outra permaneceu como controle. Foram obtidas radiografias das lesões em estudo e todos os pacientes receberam tratamento para a atividade cariosa. Após os períodos de 6, 12 e 18 meses, novas radiografias foram realizadas e a presença ou ausência de progressão das lesões de cárie foi determinada pela inspeção visual das radiografias aos pares. As lesões em estudo foram comparadas quanto à sua progressão utilizando o teste de McNemar e não foi detectada diferença estatisticamente significativa entre os grupos ao longo do tempo, o que comprova o não controle da atividade cariosa destas crianças. O selamento não foi efetivo na proposta de controlar a progressão de lesões cariosas proximais em molares decíduos, de pacientes inseridos em um programa de tratamento para atividade de cárie.

Many authors argue that in the presence of a cavity in the proximal surface of a tooth due to inadequate plaque removal by the patient, invasive restorative treatment is indicated. However, according to the principles of Minimally Invasive Dentistry, some adhesive materials have been suggested as means of controlling the incipient caries lesions progression without wear of tooth surfaces. This split-mouth randomized clinical trial aimed to assess efficacy of sealing proximal caries lesions on primary molars in caries-active patients. Twenty-seven children with two proximal caries lesions in a deciduous molar, detected radiographically in enamel or outer half of dentine and clinically diagnosed as active, participated in the study. One randomly selected lesion received a sealant and another remained as control. Bitewing radiographs were obtained from lesions in the study and all patients received treatment for carious activity. After periods of 6, 12 and 18 months, new radiographs were performed and the presence or absence of progression of caries lesions was determined by visual inspection of the radiographs in pairs. The lesions studied were compared for their progression using the McNemar test and no statistically significant difference was detected between the groups over time, which proves the non-control of carious activity of these children. The sealing was not effective in the proposal to control the progression of proximal caries lesions in primary molars, of patients enrolled in a treatment program for caries activity.