Mostrar registro simples

dc.contributor.advisorTettamanzy, Ana Lúcia Liberatopt_BR
dc.contributor.authorSantos, Cristina Mielczarskipt_BR
dc.date.accessioned2017-09-28T02:28:24Zpt_BR
dc.date.issued2017pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/169013pt_BR
dc.description.abstractEste trabalho propõe uma análise de seis livros de contos do autor moçambicano Mia Couto, publicados no período de 1987 a 2004. Fazem parte do corpus as seguintes obras contísticas: Vozes Anoitecidas (1987), Cada Homem é Uma Raça (1990), Estórias Abensonhadas (1994), Contos do Nascer da Terra (1997), Na Berma de Nenhuma Estrada e outros contos (2001) e O Fio das Missangas (2004), ampliando a proposta também para três romances: Vinte e Zinco (1999), A Confissão da Leoa (2012) e Mulheres de Cinzas (2015). A seguinte premissa norteou o trabalho: a escrita como tema na obra do autor pode ser considerada como a porta de entrada para a palavra interdita? Optou-se por ter, como objeto de estudo, a interdição da voz, ou seja, desenvolver um enfoque a partir das personagens que utilizam a escrita para comunicação. O foco foi dado a partir do gênero epistolar (bilhetes, cartas e diários), mas abrindo para outros silenciamentos, como o caso das exiladas da razão. As cartas são objeto de argumentação; exposição da intimidade e documento de foro íntimo. Verificaram-se similitudes e diferenças entre a carta real e a ficcional; elas podem assumir múltiplas características, a saber: conciliadora dos laços familiares; diálogo, monólogo ou solilóquio; preenchimento da solidão; confissão do inconfessável, espaço de contestação, revelação de sentimentos e emoções. Podem ser cartas falsas, de apresentação, de elemento de primeiro contato verbal. Escrevem tanto os alfabetizados como os analfabetos, esses com ajuda de terceiros. As missivas podem ter um destinatário imediato ou direto ou mediato ou indireto; elas conjecturam um diálogo que supõe um remetente, a subjetividade direta (o eu que fala) e um destinatário – a marca de uma alteridade. Nas obras do autor moçambicano, a palavra escrita presentifica-se e é representada por aquele que escreve – o que domina a escrita, a letra. Porém, dominando-a, ela pode também ser questionada, subvertida. Evidenciou-se, neste contexto, por intermédio das obras expostas o silenciamento da voz feminina pela repressão suscitada por meio da instituição patriarcal, social e política. Dialogou-se com críticos literários e estudiosos da literatura africana de língua portuguesa, dentre os quais destacamos: Ana Mafalda Leite, Inocência Mata, Maria Fernanda Afonso, José Pires Laranjeira, Laura Cavalcante Padilha, entre outros. Também houve interlocução com intelectuais africanos como Chinua Achebe, Anthony Kwame Appiah, Nkolo Foé e Achille Mbembe e Franz Fanon, da Martinica. Para dar conta da análise das missivas empregamos Andrée Crabbé Rocha; Michel Foucault; Philippe Lejeune, Phillip Rothwell e Leonor Arfuch. Abordou-se a palavra escrita, porque é por intermédio dela que as personagens subvertem o silenciamento de suas vozes.pt_BR
dc.description.abstractThis work proposes an analysis of six short story books by the Mozambican author Mia Couto, published between 1987 to 2004. The following works are part of the corpus: Vozes Anoitecidas (1987), Cada Homem é Uma Raça (1990), Estórias Abensonhadas (1994), Contos do Nascer da Terra (1997), Na Berma de Nenhuma Estrada e outros contos (2001) e O Fio das Missangas (2004), extending the proposal also to three novels, namely Vinte e Zinco (1999), A Confissão da Leoa (2012) and Mulheres de Cinzas (2015). The following premise guided the work: can written word as a theme in the author's work be considered as the door to the word interdict? I choose as object of study, the interdiction of the voice, that is, to develop a focus from the characters that use the writing for communication. The focus was given from the epistolary genre (notes, letters and diaries), but increased to other silencers, such as the case of reason exiles. The letters are subject to argument; intimacy exhibition and intimate forum document. There were similarities and differences between real and fictional letters; they can assume multiple characteristics: reconciling family ties; dialogue, monologue or soliloquy; filling the loneliness; confession of the unconfessable, space of contestation, revelation of feelings and emotions. They may be false letters, of presentation, of first element of verbal contact. Both the literate and the illiterate write, this with the help of others. The missives may have an immediate or direct receiver either mediate or indirect receiver, they conjecture a dialogue that supposes a sender, direct subjectivity (the speaking self) and a receivers – the mark of an otherness. In the work of the Mozambican author, the written word presents itself and is represented by the one who writes – which dominates the writing, the letters. But by dominating it, it can also be questioned, subverted. In this context, through the works on display, the silence of the female voice was repressed through the patriarchal, social and political institution. Dialogue with literary critics and Luso-African Literature scholars, among wich we name: Ana Mafalda Leite, Inocência Mata, Maria Fernanda Afonso, José Pires Laranjeira, Laura Cavalcante Padilha, among others. There were also interlocution with African intellectuals such as Chinua Achebe, Anthony Kwame Appiah, Nkolo Foé, Achille Mbembe and Franz Fanon from Martinica. For the analyses of missives, are employed theories by Andrée Crabbé Rocha; Michel Foucault; Philippe Lejeune, Phillip Rothwell and Leonor Arfuch. The written word was approached, because it is through it that the characters subvert the silencing of their voices.en
dc.format.mimetypeapplication/pdf
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectEpistolarityen
dc.subjectCouto, Mia, 1955-pt_BR
dc.subjectSubalternidadept_BR
dc.subjectEx-centricen
dc.subjectCondição femininapt_BR
dc.subjectSubalternityen
dc.subjectWomanen
dc.subjectLiteratura moçambicanapt_BR
dc.subjectLiteratura africanapt_BR
dc.titleEntre o bronze da letra e o cristal da voz : interditos da voz na ficção de Mia Coutopt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001048427pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentInstituto de Letraspt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Letraspt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2017pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


Thumbnail
   

Este item está licenciado na Creative Commons License

Mostrar registro simples