Comparação entre as técnicas simplificada e convencional para confecção de prótese total : mastigação e satisfação do paciente

Abstract

Considerando a importância das reabilitações protéticas para a adequada função mastigatória e a possibilidade de redução de custos para a confecção de próteses totais, este estudo experimental clínico randomizado, longitudinal, cego, de delineamento em paralelo teve por objetivo investigar se as técnicas de confecção de próteses totais simplificada ou convencional permitem igual desempenho do ponto de vista funcional e do paciente. Para atingir o objetivo geral deste estudo, foram abordados os seguintes objetivos específicos: a) quantificação da performance mastigatória e do limiar de deglutição; b) determinação da auto-percepção de habilidade mastigatória; c) mensuração da satisfação com as próteses por escala de Likert e Visual Analógica (EVA); antes (t0), 3 (t1) e 6 meses (t2) após a instalação de novas próteses totais duplas confeccionadas pelas técnicas convencional (A) ou simplificada (B). O estudo envolveu 20 voluntários totalmente edêntulos, usuários de prótese total dupla há pelo menos um ano. Metade dos participantes receberam próteses confeccionadas pela técnica convencional, e a outra metade, pela técnica simplificada. Os testes para performance mastigatória, limiar de deglutição e os questionários para mensuração da habilidade mastigatória e satisfação com as próteses foram aplicados em t0, t1 e t2. Os dados foram comparados estatisticamente através de Equações de Estimativas Generalizadas (GEE), com significância de 5%. Os resultados mostraram que, para a performance mastigatória, ambas as técnicas melhoraram o tamanho mediano das partículas trituradas (X50) em 6 meses (p=0,029). Houve interação significativa entre os fatores tempo e técnica (p=0,003) para o X50 do limiar de deglutição, com aumento do X50 do limiar de deglutição para a técnica A em 3 meses. No entanto, esta piora foi transitória e houve similaridade dos valores entre as técnicas após 6 meses. O tempo total (p=0,004) e número de ciclos (p=0,001) do limiar de deglutição melhoraram em 3 e 6 meses, independente da técnica. Todos os aspectos da auto-percepção de habilidade mastigatória, exceto morder uma maçã inteira (p=0,178) e mastigar verduras como o alface e o espinafre, apresentaram melhora após 6 meses, em ambas técnicas (p≤0,05). Houve melhora da satisfação do paciente com suas próteses superior e inferior, exceto para a capacidade de falar (p=0,187), tanto em escala de Likert quanto EVA, em 3 e 6 meses, independente das técnicas (p≤0,05). Concluiu-se que as técnicas simplificada e convencional de confecção de próteses totais mostraram desempenho similar, melhorando os aspectos mastigatórios e subjetivos dos pacientes após 6 meses.

Considering the importance of prosthetic rehabilitation for proper chewing function and the possibility of reducing costs for making dentures, a randomized controlled single blind clinical trial compared which of methods of making complete conventional dentures—the traditional academic standard or the simplified technique produce a similar levels of patient satisfaction and functional performance. To achieve the general objective of this study, the following specific objectives were addressed: a) Quantification of masticatory performance and swallowing threshold; b) determining self-perceived chewing ability; c) measurement of satisfaction with the prosthesis by Likert and visual analogue (VAS); before (t0), 3 (t1) and 6 months (t2) after the installation of new double dentures fabricated by conventional techniques (A) or simplified (B). The study involved 20 volunteers edentulous, double denture wearers for at least one year. Half of the participants received dentures made by conventional technique, and the other half by the simplified technique. The tests for masticatory performance, swallowing threshold and questionnaires to measure satisfaction chewing ability with prosthetics were applied at t0, t1 and t2. Data were statistically compared using generalized estimates equations (GEE), with 5% significance. The results showed that for chewing performance, both techniques have improved the median size of the comminuted particles (X50) on 6 months (p = 0.029). There was a significant interaction between time and technical factors (p = 0.003) for the X50 swallowing threshold with increased X50 threshold swallowing A technique for 3 months. However, this deterioration was transient and the values were similar between the two techniques after 6 months. The total time (p = 0.004) and number of cycles (p = 0.001) improved swallowing threshold at 3 and 6 months, regardless of the technique. All aspects of self-perceived chewing ability, except biting into a whole apple (p = 0.178) and chew vegetables such as lettuce and spinach, showed improvement after 6 months in both techniques (p ≤ 0.05). There was improvement in patient satisfaction with their upper and lower dentures, except for the ability to speak (p = 0.187), both Likert scale as EVA, 3 and 6 months, regardless of the techniques (p ≤ 0.05). It was concluded that the techniques simplified and conventional showed similar performance, improving the masticatory and subjective aspects of the patients after 6 months.