Preditores de alterações nos níveis de gengivite em pacientes em atendimento odontológico integrado : um estudo longitudinal retrospectivo

Abstract

O objetivo deste estudo foi determinar preditores de alterações nos níveis de gengivite durante o tratamento odontológico integrado. Um estudo longitudinal restrospectivo foi conduzido através do censo de pacientes tratados na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atendidos entre Junho e Dezembro de 2012. Duzentos e quatro prontuários foram selecionados, onde 113 foram excluídos (tempo entre os exames < 6 meses ou < 6 dentes presentes). Por fim, 91 prontuários foram analisados e as variáveis sexo, idade, queixa principal na primeira consulta, higiene bucal (frequência de escovação e de limpeza interproximal) e dados clínicos (número de dentes com profundidade de sondagem ≥ 6mm, índice de sangramento gengival e tratamento periodontal realizado) foram registrados. Alterações do sangramento gengival foram analisadas por regressão linear múltipla. O tempo médio decorrido entre o exame inicial e final foi de 13 meses. Uma redução significativa no sangramento gengival (27.1±23.8% para 18.5±17.3%) foi observada após o tratamento odontológico integral. Pacientes que tiveram tempo de acompanhamento maior que 12 meses tiveram 12% mais sangramento gengival comparado com aqueles que tiveram tempo de acompanhamento menor ou igual a 12 meses. Além disso, para cada 10% de aumento de placa visível no exame inicial a diminuição resultante de sangramento gengival durante o tempo foi de aproximadamente 17%. Nenhum outro preditor foi significativamente associado com alteração de sangramento gengival durante o tratamento integrado. A gengivite pode ser reduzida depois de um tratamento odontológico global. Fatores relacionados à frequência de consultas odontológicas e índice de placa visível no exame inicial podem ser usados como preditores de alterações nos níveis de gengivite.

The aim of this study was to determine predictors of changes in gingivitis during integrated dental care. A retrospective longitudinal study was conducted by a census of patients treated in a Brazilian dental school and attended between June-December 2012. Two hundred and four files were eligible, whereas 113 were excluded (time between clinical examinations <6 months or <6 teeth present). Ninety one charts were analyzed and gender, age, patient's main complaint at first session, oral hygiene (tooth brushing and interproximal cleaning frequencies) and clinical data (number of teeth with probing depth ≥6mm, gingival bleeding index, and periodontal treatment performed) were recorded. Changes in gingival bleeding (GB) were modeled by multiple linear regression. The mean time elapsed between baseline and the last examination was 13 months. Significant reduction on GB (27.1±23.8% to 18.5±17.3%) was observed after integrated dental treatment. Patients that had a time of follow up greater than 12 months had 12% more GB compared to those who had time of follow up less than or equal 12 months. Also, for each 10% increase in baseline VP the resulting decrease in GB over time was approximately 17%. No other predictors were significantly associated with changes in GB during integrated treatment. Gingivitis may be reduced after integrated dental care. Factors related to frequency of dental sessions and baseline visible plaque may be used as predictors of GB changes.