Colonização microbiana da cavidade oral de bebês durante os primeiros 24 meses de vida

Abstract

O objetivo deste estudo foi avaliar a colonização de Lactobacillus spp., Streptococcus mutans e Bifidobacterium spp. na cavidade oral de bebês durante os primeiros 24 meses de vida. Quarenta e cinco bebês foram avaliados aos 0 (T1), 3 (T2), 6 (T3), 12 (T4) e 24 meses de idade (T5) na Unidade de Saúde da Família Parque dos Maias, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Os respectivos responsáveis responderam a um questionário contendo perguntas sobre as características sociodemográficas, tipo de parto, tipo de aleitamento (materno ou fórmula) e higiene bucal. No exame intrabucal foi avaliado o número de dentes erupcionados e uma amostra de saliva foi coletada da cavidade bucal dos bebês com auxílio de alças microbiológicas estéreis calibradas. A amostra foi diluída e semeada em placas contendo os meios de cultura específicos. Os dados foram analisados através das Equações de Estimação Generalizadas (GEE). As médias de log10 UFC/mL de Lactobacillus spp. (T1 = 3,25±2,55; T2 = 2,84±2,47; T3 = 2,45±2,52; T4= 2,03±2,28; T5 = 1,95±2,92), Streptococcus mutans (T1 = 1,96±2,24; T2 =1,39±1,91; T3 =1,76±2,25; T4 = 2,30±2,44; T5 =3,10±1,89) e Bifidobacterium spp. (T1 =2,65±2,74; T2 = 2,21±2,61; T3 =3,12±2,85; T4 = 2,89±2,75; T5 = 2,57±2,60) não apresentaram diferenças estatisticamente significativas ao longo dos períodos de acompanhamento. O sexo, tipo de parto, tipo de aleitamento e presença de dentes erupcionados não foram estatisticamente (P≤0,05) associados com o aumento de UFC/mL de Lactobacillus spp., Streptococcus mutans e Bifidobacterium spp. em cada período de acompanhamento. Renda familiar, grau de escolaridade do responsável pela criança e presença de higiene bucal sugerem associação (P≤0,05) com o aumento de UFC/mL dos micro-organismos analisados no estudo. Em conclusão, a média de UFC/mL de Lactobacillus spp., Streptococcus mutans e Bifidobacterium spp. dos bebês permaneceu estável durante os primeiros 24 meses de vida.

The aim of this study was to assess the colonization of Lactobacillus spp., Streptococcus mutans, and Bifidobacterium spp. in the oral cavity of babies during the first 24 months of life. Forty five babies were evaluated at 0 (T1), 3 (T2), 6 (T3), 12 (T4) and 24 months of age (T5) in the Family Healthy Center Parque dos Maias, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. Questionnaires recorded data on sociodemographic characteristics, type of birth, type of milk feeding (breast or formula) and oral hygiene, and was answered by the responsible for each baby. In intraoral examination was rated the number of erupted teeth, and collected samples of saliva from the oral cavity of each baby using calibrated sterile microbiological loops. The sample was diluted and spread onto plates containing the specific culture media. Data were analyzed using the Generalized Estimating Equations (GEE). Means of log10 CFU / mL of Lactobacillus spp. (T1 = 3.25 ± 2.55; T2 = 2.84 ± 2.47; T3 = 2.45 ± 2.52; T4 = 2.03 ± 2.28; T5 = 1.95 ± 2.92 ), Streptococcus mutans (T1 = 1.96 ± 2.24; T2 = 1.39 ± 1.91; T3 = 1.76 ± 2.25; T4 = 2.30 ± 2.44; T5 = 3.10 ± 1.89) and Bifidobacterium spp. (T1 = 2.65 ± 2.74; T2 = 2.21 ± 2.61; T3 = 3.12 ± 2.85; T4 = 2.89 ± 2.75; T5 = 2.57 ± 2.60 ) were not statistically significantly different during the periods of follow-up. Sex, type of birth, breast or bottle milk feeding and presence of erupted teeth were not statistically (P≤0,05) associated with a greater number of CFU/mL of Lactobacillus spp., Streptococcus mutans and Bifidobacterium spp. in each period of follow-up. Family income, level of education of the child's guardian and presence of oral hygiene suggest association (P≤0,05) with a greater number of CFU/mL of Lactobacillus spp., Streptococcus mutans, and Bifidobacterium spp. in each period of followup. In conclusion, the mean of CFU/mL of Lactobacillus spp., Streptococcus mutans, and Bifidobacterium spp. of babies remained stable during the first 24 months of life.