Eu não te confesso, mas um dia você vai saber o que é uma escola : escolarização, infância e experiência

Abstract

Esta tese analisa um conjunto de textos produzidos por crianças, alunos e alunas dos anos iniciais do Ensino Fundamental, de escolas públicas, localizadas em Porto Alegre e região metropolitana. Ao propor compreender o ponto de vista das crianças escolarizadas, sobre a experiência de escolarização, partiu-se da ideia de que as crianças narram de forma competente aquilo que lhes acontece nesse processo. Neste sentido, o objetivo da investigação foi conhecer o que estas crianças pensam e como percebem o processo de escolarização do qual são sujeitos. Inspirada em autores como Foucault (1988, 1989, 1995, 1996, 1999, 2006), Larrosa (1994, 1998, 2002, 2003, 2004, 2007, 2008) Kohan (2002, 2003, 2004, 2006, 2007, 2008) e Sarmento (1997, 2000, 2003, 2004, 2007, 2008) busquei uma aproximação entre os campos da Filosofia e da Sociologia da infância. Assim, esse trabalho analisa os textos das crianças buscando encontrar indícios e marcas de uma escolarização como experiência, articulada à ideia de infância e criança como sujeito competente, a partir de uma perspectiva de análise de discurso de inspiração foucaultiana. Foram centrais neste estudo os conceitos de criança, infância, experiência e escolarização. A partir da análise do material empírico foi possível perceber que as crianças se apropriaram discursivamente, das ideias dominantes postas em circulação pela pedagogia, sobre o que é ser aluno e quais os modos escolares de atuar, pensar e falar tidos como os mais adequados e desejáveis. Outro aspecto relevante é o fato das crianças narrarem as formas como se dão as relações de poder entre os alunos/as e docentes. Eles demonstram saber que ocupam uma posição hierarquicamente inferior em relação aos docentes e prescrevem o que é preciso fazer para conseguir ter sucesso escolar nesse contexto. O que dizem as crianças neste estudo reafirma a ideia de que ser aluno não é algo natural, mas um processo, muitas vezes difícil, que deve ser enfrentado por todas as crianças. Elas informam também as práticas discursivas e não discursivas empregadas pelo dispositivo da escolarização para governá-las, torná-las submissas, silenciosas e produtivas.

Cette thèse analyse un ensemble de textes produits par les enfants et les élèves des premières années de l´enseignement fondamental des écoles publiques, de Porto Alegre et de la région métropolitaine. Proposant de comprendre le point de vue des enfants scolarisés, sur l´expérience de la scolarisation, on est parti de l´idée que les enfants narrent de façon compétente ce qui leur passe dans ce processus. Dans ce sens l´objectif de cette recherche a été de connaître ce que ces enfants pensent et comment perçoivent-ils le processus de la scolarisation à laquelle ils sont soumis. M´inspirant des auteurs comme Foucault (1988, 1989, 1995, 1996, 1999, 2006), Larrosa (1994, 1998, 2002, 2003, 2004, 2007, 2008), Kohan (2002, 2003, 2004, 2006, 2007, 2008) et Sarmento (1997, 2000, 2003, 2004, 2007, 2008), j´ai essayé de trouver une approximation entre les sphères de la philosophie et de la sociologie de l´enfance. Ainsi, ce travail analyse les textes d´enfants cherchant de trouver des indices et marques d´une scolarisation comme expérience, articulée à l´idée de l´enfance et enfant comme sujet compétent, à partir d´une spectative d´analyse de discours, d´inspiration foucaultienne. Dans ce travail, ont été centraux, les concepts d´enfant, enfance, expérience et scolarisation. À partir de l´analyse du matériel empirique on a pu percevoir que les enfants se sont appropriés discursivement des idées dominantes mises en circulation par la pédagogie sur ce qui est être élève et quels sont les modes scolaires d´agir, penser et parler pris comme les plus adéquats et désirables. Un autre aspect important est le fait que les enfants narrent les formes comment se donnent les relations de pouvoir entre les élèves et les enseignants. Ils démontrent savoir qu´ils occupent une position hiérarchiquement inférieure par rapport aux enseignants et ils prescrivent ce qu´il faut faire pour avoir une réussite scolaire dans ce contexte. Ce que disent les enfants réaffirme l´idée qu´ être élève n´est pas une chose naturelle mais un processus parfois difficile que tous les enfants doivent affronter. Ils revèlent les pratiques discursives et non discursives employées par le dispositif de la scolarisation pour les gouverner, les rendre soumises, silencieuses et pruductives.

Esta tesis analisa un conjunto de textos producidos por niiños, alunmos y alumnas de los años iniciales de la Enseñanza Inicial, de escuelas públicas, ubicadas en Porto Alegre y región metropolitana. Al proponer comprender el punto de vista de los niños escolarizados, acerca de la experiencia de escolarización, se partió de la idea que los niños narran de manera competente aquello que les sucede en este proceso. En este sentido el objetivo de la investigación fue conocer lo que estos niños piensan y como perciben el proceso de escolarización de lo cual son sujetos. Inspirada en autores como Foucault (1988, 1989, 1995, 1996, 1999, 2006), Larrosa (1994, 1998, 2002, 2003, 2004, 2007, 2008), Kohan (2002, 2003, 2004, 2006, 2007, 2008) y Sarmento (1997, 2000, 2003, 2004, 2007, 2008), busqué una aproximación entre los campos de la Filosofia y de la Sociologia de la infancia. Así, este trabajo analiza los textos de los niños buscando encontrar indicios y marcas de una escolarización como experiencia, articulada a la idea de infancia y niños como sujeto competente, a partir de una perspectiva de analisis de discurso, de inspiración foucaultiana. Han sido centrales en este estúdio los conceptos de niño, infancia, experiencia y escolarización. A partir de un analisis del material empírico fue posible percibir que los niños se aproprian discursivamente de lãs ideas dominantes puestas en circulación por la pedagogia, sobre lo que es ser alumno y cuales los modos escolares de actuar, pensar y hablar han sido como los más adecuados y deseables. Otro aspecto relevante es el hecho que los niños narran las maneras cómo se dan las relaciones de poder entre los alumnos y docentes. Ellos demuestran saber que ocupan una posición jerarquicamente inferior en relación a los docentes y prescriben lo que es necesario hacer para lograr el suceso escolar en este contexto. Lo que dicen los niños reafirma la idea de que ser alumno no es algo natural pero un proceso muchas veces dificultoso que debe ser afrontado por todos los niños. Ellos revelan las practicas discursivas y no discursivas empleadas por el dispositivo de la escolarización para gobernalas, volviendolas submisas silenciosas y productivas.