Por uma perspectiva dialógica na comunicação aumentativa e alternativa

Abstract

Introdução: a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) é uma área do conhecimento da prática clínica, educacional e de pesquisa que favorece a intersubjetividade linguística de sujeitos com oralidade restrita e/ou ausente. Objetivo: propor um deslocamento da proposta teórica enunciativa de Mikhail Bakhtin como dispositivo de análise do funcionamento linguístico na Comunicação Aumentativa e Alternativa. Material e Método: Revisão reflexiva dos fundamentos teóricos enunciativos de Mikhail Bakthin deslocados para análise de alguns exemplos de situações clínicas e confronto desta proposta com o que existe acerca da CAA em propostas interacionistas ou sócio-interacionistas. Resultados: a reflexão permitiu observar que conceitos como o do caráter polissêmico do signo e de intersubjetividade no funcionamento linguístico podem ser fundamentais para acessar as possibilidades de criatividade do usuário ao utilizar a prancha de CAA. Conclusões: o estudo de linguagem em uma perspectiva enunciativa poderá auxiliar a dar encaminhamentos terapêuticos para uma melhor abordagem clínica de sujeitos com oralidade restrita ou ausente que necessitem do uso de recursos de Comunicação Aumentativa e Alternativa, por considerar a língua em uso na enunciação.

Introduction: Augmentative and Alternative Communication (AAC) is an area of knowledge of clinical, educational and research practice which favors the linguistic intersubjectivity of subjects with restricted orality or non orality. Objective: to propose a displacement of the enunciative technical proposal by Mikhail Bakhtin as an analysis instrument for linguistic operation in augmentative and alternative communication. Material and method: reflexive revision of enunciative theoretical foundation by Mikhail Bakhtin displaced for the analysis of some examples of clinical situations and confrontation of this proposal with that which exists about AAC in the interactionist or social- interactionist proposals. Results:the reflextion allowed us to observe that concepts as the one of a polysemic meaning of the sign and of intersubjectivity in linguistic operation can be fundamental to access the user’s creative possibilities when using the AAC board. Conclusion: the study of language from an enunciative perspective might help and provide the therapeutic referrals for a better clinical approach for people with restricted orality, or non oral people who need to use augmentative and alternative communication resources when considering the language in use in enunciation.