Comparação dos tratamentos cirúrgico e não cirúrgico da perimplantite : análise de 12 meses de um ensaio controlado randomizado multicêntrico

Abstract

Objetivo: comparar o debridamento cirúrgico (C) e não cirúrgico (NC) no tratamento da perimplantite (Pi) em um ensaio clínico randomizado multicêntrico com 12 meses de acompanhamento. Métodos: 45 indivíduos com 63 implantes com profundidade de sondagem perimplantar (PSi) ≥ 5mm, sangramento submucoso (SSi) e perda óssea radiográfica (PO) ≥ 3mm, foram incluídos. No grupo NC (30 implantes), receberam debridamento submucoso com anestesia local. No grupo C (33 implantes), um retalho mucoperiostal foi realizado e as superfícies dos implantes foram descontaminadas também por debridamento com curetas, como no NC. Exames clínicos, radiográficos e coleta de amostras do fluido crevicular perimplantar foram realizados no início do estudo e após 12 meses. Resultados: Após 12 meses, não houve diferenças significativas nas alterações de PSi entre o NC (4,15±0,25 para 3,25±0,23mm) e o C (3,74±0.22 para 3,03±0.26mm). SSi reduziu significativamente de aproximadamente 60% para 35% nos dois grupos. TIMP, MMP-8, RANKL, OPG e OPN reduziram significativamente nos dois grupos, sem diferença estatística entre eles. Quando analisados os sítios com PO ≥ 3mm no início do estudo, houve uma diferença significativa entre os grupos quanto ao ganho ósseo radiográfico após 12 meses (C=0.78mm e NC=0.25mm; p=0.03). Conclusões: Ambos os tratamentos melhoraram parâmetros clínicos e de marcadores inflamatórios locais. Maiores ganhos ósseos foram atingidos após tratamento cirúrgico, mas a relevância de tais diferenças necessita ser avaliada a longo prazo.

Aim: To compare surgical (ST) and non-surgical (NST) debridement for the treatment of periimplantitis in a multi-center randomized controlled trial with 12 months follow-up. Material and Methods: 45 individuals with 63 implants with probing depth (PPD) ≥5mm, bleeding on probing (BOP) and radiographic bone loss (BL) ≥3mm were included. In the NST (30 implants), submucosal debridement was performed under local anesthesia. In the ST (33 implants), a mucoperiosteal flap was raised and the surfaces were decontaminated also only by debridement with curettes as made in the NST. Clinical parameters, radiographs and peri-implant crevicular fluid samples were taken at baseline and after 12 months. Results: After 12 months, there were no significant differences in PPD changes between NST (4.15±0.25 to 3.25±0.23mm) and ST (3.74±0.22. to 3.03±0.26mm). BOP significantly reduced from approximately 60% to 35% in both groups. TIMP, MMP-8, RANKL, OPG and OPN significantly reduced in both groups, without statistical differences between them. When sites with bone loss ³3mm at baseline were analyzed, there was a significant difference between groups in radiographic bone gain after 12 months (ST=0.78mm compared to NST=0.25mm; p=0.03). Conclusions: Both treatments improved clinical parameters and local inflammatory biomarkers. Better bone levels were achieved after surgical treatment, but the relevance of such difference needs to be evaluated in a long-term.