Thereza Simões : da neofiguração às experimentações conceituais (anos 1960)

Abstract

Durante a década de 1960, a artista carioca Thereza Simões esteve presente nas principais exposições que, até hoje, são objeto de estudo quando se trata do período, a exemplo de Opinião 66 (1966), Nova Objetividade Brasileira (1967), II Bienal da Bahia (1968) e Do Corpo à Terra (1970). Também vivenciou um início de carreira meteórico, com seu nome em destaque nos jornais e sendo considerada uma das precursoras da arte conceitual no Brasil, com trabalhos indiscutivelmente pertinentes e inovadores para seu tempo. Porém, hoje, é uma artista eclipsada na História da Arte, e sobre sua trajetória ainda existe muita divergência entre o pouco que foi escrito. Com esta pesquisa, procura-se apresentar e analisar trabalhos realizados para as exposições Faixas da Memória, de 1968, para o Salão da Bússola, em 1969, e para Agnus Dei, em 1970. A escolha de analisar essas três exposições se deu por considerá-las marcantes ao examinar os eventos com os quais a artista estava envolvida e também pelo acesso a uma boa amostragem de fontes primárias, como documentos, reportagens, fotos e relatos. Assim, este trio de exposições encerra os vertiginosos "anos-chave" da carreira da Thereza Simões, de 1968 a 1970.

During the 1960's, Rio de Janeiro's artist Thereza Simões was present in all the major exhibitions at the time, which are still studied to this day, like Opinião 66 (1966), Nova Objetividade Brasileira (1967), II Bienal da Bahia (1968) e Do Corpo à Terra (1970). Also, she experienced a meteoric start of career, being highlighted in the newspapers and being considered a pioneer on conceptual art in Brazil, with works that were undoubtedly important and innovative at the time. However, today she is eclipsed in Art History and there's a lot of disagreement about her trajectory among the few things that were written about it. In this research, it is intended to show and analyze works made for the exhibitions Faixas da Memória (1968), Salão da Bússola (1969) and Agnus Dei (1970). The choice to analyze these three exhibitions was made due to considering them impactful when examining the events the artist was involved in, and also due to having access to plenty of primary source material, like documents, news articles, pictures and reports. Therefore, this trio of exhibitions closes the vertiginous "key years" in Thereza Simões' career, from 1968 to 1970.