Negacionismo endógeno no jogo acadêmico da Educação Física

Abstract

Neste ensaio, desenvolvo o conceito de negacionismo endógeno, um tipo específico de negacionismo científico cultivado dentro do campo acadêmico, que busca deslegitimar pesquisas qualitativas das Humanidades. O texto tem três seções. Na primeira, trato das características do negacionismo vulgar a partir de breve retrospectiva histórica, e destaco as táticas de supressão de termos científicos em prol do controle da narrativa política. Na segunda, discuto casos de fraude acadêmica praticadas contra revistas das Ciências Sociais e Humanas como estratégia intencional de desacreditação da área, e analiso a abjeção ao termo “práticas corporais” como um rastro do negacionismo endógeno no léxico da Educação Física. Na terceira, reflito sobre a relevância da formação editorial em programas de pós-graduação no combate a preconceitos entre áreas do conhecimento. Em conclusão, defendo a desconstrução da retórica da ignorância, mola propulsora de negacionismos de toda ordem, como forma de preservação da pluralidade epistêmica na Educação Física.

In this essay, I develop the concept of endogenous denialism, a specific type of scientific denialism cultivated within the academic field, which aims at delegitimizing the validity of qualitative research in the humanities. The text has three sections. In the first section, I deal with the characteristics of vulgar denialism from a brief historical retrospective, and I highlight the tactics of suppressing scientific terms in favor of the control of the political narrative. In the second section, I discuss cases of academic hoaxes played against Social Sciences and Humanities journals as an intentional strategy to discredit the area and analyze the abjection of the term “physical culture” as a trace of endogenous denialism in the lexicon of physical education field. In the third section, I reflect on the relevance of editorial training in graduate programs to confront prejudice between knowledge areas. In conclusion, I defend the deconstruction of the rhetoric of ignorance, the driving force of all kinds of denialism, as a way of preserving epistemic plurality in the physical education field.

En este ensayo, desarrollo el concepto de negacionismo endógeno; un tipo específico de negacionismo científico cultivado dentro del campo académico, que busca deslegitimar la validez de la investigación cualitativa en las humanidades. El texto tiene tres secciones; en la primera, trato las características del negacionismo vulgar a partir de una breve retrospectiva histórica, y destaco las tácticas de supresión de términos científicos en pro del control de la narrativa política. En la segunda, discuto casos de fraude académico contra revistas de Ciencias Sociales y Humanas como una estrategia intencional de desprestigio del área, y analizo la abyección del término “prácticas corporales” como rastro de un negacionismo endógeno en el léxico de la Educación Física. En la tercera, reflexiono sobre la relevancia de laformación editorial en los programas de posgrado para combatir los prejuicios entre áreas de conocimiento. En conclusión, defiendo la deconstrucción de la retórica de la ignorancia, energía propulsora de todo tipo de negacionismo, como forma de preservar la pluralidad epistémica en la Educación Física.