Avaliação do estudo de parede vascular por ressonância magnética na diferenciação de vasculopatias intracranianas

Abstract

BASE TEÓRICA: o estudo de parede vascular por Ressonância Magnética é uma técnica de imagem em aprimoramento, que tem grande potencial para definir novos critérios de diagnóstico por imagem nas doenças neurovasculares, permitindo uma avaliação específica da parede vascular, que não podia ser realizada anteriormente por métodos mais convencionais de neuroimagem. A capacidade dessa técnica de diferenciar as doenças vasculares e a aplicabilidade clínica e prognóstica das alterações encontradas é ainda um tópico em estudo. OBJETIVO: Avaliar o desempenho, a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e acurácia do estudo de parede vascular por Ressonância Magnética em diferenciar Aterosclerose Intracraniana, Vasculite do Sistema Nervoso Central e Síndrome da Vasoconstrição Cerebral Reversível em pacientes que realizaram o exame por suspeita de vasculopatia intracraniana. MÉTODOS: Estudo transversal através da revisão de estudos de parede vascular por Ressonância Magnética do encéfalo em 29 pacientes com suspeita de vasculopatia intracraniana entre 2015 e 2017 realizados no Hospital Moinhos de Vento. RESULTADOS: nos 29 pacientes foram estudados 58 vasos. 22 vasos foram caracterizados como vasculite do sistema nervoso central, 25 como aterosclerose intracraniana e 11 como síndrome da vasoconstrição cerebral reversível. Foram observadas diferenças significativas entre a ocorrência de realce e espessamento parietal nos casos de vasculite e aterosclerose em comparação com síndrome da vasoconstrição cerebral reversível. Em relação às características de realce, padrão difuso e grau 2 (realce maior que o da 6 haste hipofisária) ocorreram com maior frequência em casos de vasculite; e padrão heterogêneo e grau 1 (igual ou inferior ao da haste hipofisária) com maior frequência em aterosclerose. Foram encontrados altos valores de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e acurácia para estas características em correlação com as doenças, especialmente nos padrões de realce difuso para vasculite (S = 81.8%, E= 92%, VPP = 90%, VPN = 85.2%, área ROC = .869) e heterogêneo para aterosclerose (S = 80%, E = 86.4%, VPP = 87%, VPN = 79.2%, área ROC = .832). CONCLUSÃO: o estudo de parede vascular por Ressonância Magnética demonstrou bons resultados na diferenciação das doenças neurovasculares estudadas, diferenciando as características de realce com alta acurácia, achados em linha com os atuais estudos publicados na literatura médica sobre esse tema.

BACKGROUND: High Resolution Magnetic Resonance vessel wall imaging is a relatively new and in building technique, with great potential to redefine the imaging diagnostic criteria in vasculopathies. This technique allows specific evaluation of the vessel wall, which previous and standard techniques were uncapable of. Its ability to differentiate vascular diseases based on imaging aspects, and the clinical and prognostic applicability of this findings still need further acknowledgement. OBJECTIVE: evaluate the performance, sensibility, specificity, positive predictive value and negative predictive value of vessel wall imaging in differentiating intracranial atherosclerosis, central nervous system vasculitis and reversible cerebral vasoconstriction syndrome in patients who underwent examination for intracranial vascular disease suspicion. METHODS: review of Magnetic Resonance Imaging Vessel Wall studies performed between 2015 and 2017 at Hospital Moinhos de Vento in 29 patients suspected of having intracranial vasculopathy, through a cross-sectional study. RESULTS: of the 29 patients included, 58 vessels were studied. 22 vessels were characterized as central nervous system vasculitis, 25 as intracranial atherosclerosis and 11 as reversible cerebral vasoconstriction syndrome. We found significant differences between the occurrence of parietal thickening and enhancement in cases of vasculitis and atherosclerosis in comparison with reversible cerebral vasoconstriction syndrome. Regarding the enhancement aspects, diffuse pattern and grade 2 enhancement (stronger than the pituitary stalk) were more frequent in vasculitis vessels, whereas heterogeneous pattern and grade 1 enhancement (similar or less than the pituitary stalk) were more common in intracranial atherosclerosis vessels. We also found high values of 8 sensitivity, specificity, positive predictive value, negative predictive value and accuracy to this characteristics in association with the studied diseases, especially regarding diffuse pattern in vasculitis (S = 81.8%, E= 92%, PPV = 90%, NPV = 85.2%, ROC area = .869) and heterogeneous pattern in atherosclerosis (S = 80%, E = 86.4%, PPV = 87%, NPV = 79.2%, ROC area = .832). CONCLUSION: high resolution magnetic resonance vessel wall imaging showed great results in differentiating the studied neurovascular diseases, demonstrating the characteristics of enhancement with high accuracy. Our findings are in accordance with recent studies published in medical literature regarding this subject.