O médico, o estudante de medicina e a morte

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo discutir algumas idéias a respeito da morte e do morrer e refletir sobre a presença da mesma na nossa vida e na nossa prática médica. Os autores revisam várias contribuições psicanalíticas sobre o significado da morte individualmente e das suas expressões na cultura ocidental. Destacam que as dificuldades que o indivíduo encontra ao elaborar a sua própria morte se refletem no modo como a sociedade contemporânea, na qual se incluem os médicos de um modo geral, reage frente ao 'morrer'. Como médicos e estudantes de Medicina, devemos nos opôr ao silêncio que cerca o paciente terminal, tornando-se necessário vencer nossa própria resistência a penetrar em seu mundo de dor, angústia e solidão, para podermos ajudá-lo nessa travessia final. Para isso, o médico deve identificar-se parcialmente com o paciente e manter, ao mesmo tempo, sua objetividade científica e sua capacidade de intervir terapeuticamente de forma eficaz.

The presellt paper aims to discuss some ideas about death alld dying alld to rejlect 011 its presellce ill our lives alld ill our medicai practice. The authors revises several psychoallalytical contributiOIlS about the meallillg 01 death alld its expressiolls 0/1 occidental cullure. They emphasizes that the difficulties laced by each illdividual cOllcemillg his own death are relateel to the way our society react to the act 01 dyillg. As doctors alld medicai students we should oppose ourselves to the silellce that surroullds the termillal patiellt. Its Ilecessary to overcome our OWIl resistallces and to pelletrate illto his world 01paill, allxiety and 10llelilless to help him in this filiai crossillg. For that purpose the doctor should partially idelltify himself with the patiem alld keep at the same time his scielltific objectivity alld ability to act therapeutically with effectivelless.