Mostrar registro simples

dc.contributor.advisorRuckert, Aldomar Arnaldopt_BR
dc.contributor.authorVicente, Francisco Jorgept_BR
dc.date.accessioned2023-03-11T03:28:02Zpt_BR
dc.date.issued2022pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/255579pt_BR
dc.description.abstractDesde os primórdios da humanidade os homens buscam caminhos para o mar. Na América do Sul, antes da chegada dos europeus, o Caminho de Peabiru ligava o Oceano Atlântico ao Pacífico, atravessava o território paraguaio e era utilizado pelos povos nativos. Circunstâncias e desdobramentos geo-históricos transformaram o Paraguai em um Estado mediterrâneo. Esta condição político-histórico-geográfica ocasiona muitos prejuízos de todos os tipos e dimensões. O Paraguai já teve litoral marítimo enquanto era uma colônia nos séculos XVI e XVII. Era chamada de Gran Paraguay. Entretanto, desde as imprecisões cartográficas do Tratado de Tordesilhas e as manipulações cartográficas do Tratado de Madri, passando por diversos outros processos, o Paraguai perdeu parcelas de seus domínios territoriais. As ações expansionistas territoriais imperialistas da Confederação Argentina e do Império do Brasil no contexto de formação histórica dos Estados nacionais na Bacia do Prata, combinadas com a disputa pela livre navegação e o acesso aos portos, levou o Brasil, a Argentina e o Uruguai à Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai, sob o financiamento e os interesses da Inglaterra. Nesta guerra o Paraguai perdeu mais territórios e ¾ de sua população civil pereceu. Meio século depois enfrentou a Bolívia na Guerra do Chaco, quando saiu vencedor, porém até hoje busca construir uma capacidade econômica e nacional que lhe garanta autonomia e um ambiente favorável para superar sua condição de país pobre e dependente. Desde o século XVI, Assunção se constituiu como centro político nacional. Partindo da capital, os sentidos de fluxo de ocupação histórica de seu território revelam um movimento axial centrífugo e anti-horário, conformando um semicírculo no sentido sul-leste-norte tendo Encarnación, Ciudad del Este, Salto del Guairá, Pedro Juan Caballero e, mais recentemente, Carmelo Peralta como cidades fronteiriças nos extremos meridional, oriental e setentrional de seu território, constituídos em plataformas, para além da rota fluvial que o rio Paraguai lhe proporciona. No último período, as rotas bioceânicas, que atravessam o Chaco em busca do Oceano Pacífico, parecem dar seguimento a este movimento na busca de um giro replementar em relação às suas fronteiras. Isto parece ter definido, ou ao menos, ter influenciado fortemente a dinâmica de ocupação de seu terreno, o seu processo econômico histórico, a localização de suas maiores cidades e de suas regiões metropolitanas, o adensamento de suas fronteiras, as dezenas de cidades gêmeas e os seus processos de transfronteirização. Durante o período de expansionismo imperialista se utilizava somente do rio Paraguai para alcançar o mar. Durante a fase histórica de contenção territorial, as ações de conexão da infraestrutura regional em seu território foram, abortadas ou boicotadas por Argentina e Brasil. Posteriormente, já no período histórico de integração as ondas de regionalismo que trouxeram consigo os processos de integração regional não foram plenamente aproveitados, embora possa se identificar avanços na sua luta pela integração regional. Nos últimos anos o Paraguai tem investido em processos de planejamento econômico e territorial que visam corrigir seus fortes desequilíbrios territoriais, suas assimetrias sociais e econômicas internas, além de abrir novos caminhos em direção ao mar.pt_BR
dc.description.abstractSince the dawn of humanity, men have sought ways to the sea. In South America, before the arrival of Europeans, the Peabiru Path (Caminho de Peabiru) connected the Atlantic Ocean to the Pacific, crossed Paraguayan territory and it was used by native peoples. Circumstances and geohistorical developments transformed Paraguay into a Mediterranean State. This political-historical-geographical condition causes many losses of all types and dimensions. Paraguay once had a Maritime coastline while it was a colony in the 16th and 17th centuries. It was called Gran Paraguay. However, since the cartographic inaccuracies of the Treaty of Tordesillas and the cartographic manipulations of the Treaty of Madrid, passing through several other processes, Paraguay has lost portions of its territorial domains. The imperialist territorial expansionist actions of the Argenitne Confederation and the Empire of Brazil in the context of the historical formation of the National States on the La Plata Basin, combined with the dispute for free navigation and access to ports, led Brazil, Argentina and Uruguay to the war of the Triple Alliance against Paraguay under the financing and interests of England. In this war, Paraguay lost more territories and ¾ of its civilian population perished. Half a century later, it faced Bolivia in the Chaco War, when it won, but until today it seeks to build an economic and national capacity that guarantees autonomy and a favorable environment to overcome its condition as a poor and dependent country. Since the 16th century, Asunción has been a national political center. Starting from the capital, the flow directions of the historical occupation of its territory reveal a centrifugal and counterclockwise axial movement, forming a semicircle in the south-east-north direction with Encarnación, Ciudad del Este, Salto del Guairá, Pedro Juan Caballero and, more recently, Carmelo Peralta being borders towns in the southern, eastern and northern extremes of its territory, constituted in platforms, beyond the fluvial route that the Paraguay River provides. In the last period, the bioceanic routes, which cross the Chaco in search of the Pacific Ocean, seem to continue this movement in search of a supplementary turn in relation of its borders. This seems to have defined, or at least strongly influenced, the dynamics of occupation of its land, its historical economic processes, the location of its largest cities and metropolitan regions, the density of its borders, the dozens of twin cities and their cross-border processes. During the period of imperialist expansionism, only the Paraguay River was used to reach the sea. During the historical phase of territorial contention, actions to connect regional infrastructure in their territory were either aborted or boycotted by Argentina and Brazil. Later, already in the historical period of integration, the waves of regionalism that brought with them the processes of regional integration were not fully exploited, although advances in their struggle for regional integration can be identified. In recent years, Paraguay has invested in economic and territorial planning processes aimed at correcting its strong territorial imbalances and internal social and economic asymmetries, in addition to opening new paths towards the sea.en
dc.description.abstractRESUMEN Desde los albores de la humanidad, los hombres han buscado caminos hacia el mar. En América del Sur, antes de la llegada de los europeos, el Camino de Peabiru conectaba el océano Atlántico con el Pacífico, atravesaba territorio paraguayo y era utilizado por pueblos originarios. Las circunstancias y los desarrollos geo-históricos transformaron a Paraguay en un Estado mediterráneo. Esta condición político- histórica-geográfica provoca muchas pérdidas de todo tipo y dimensión. Paraguay alguna vez tuvo una costa marítima mientras era una colonia en los siglos XVI y XVII. Se llamaba Gran Paraguay. Sin embargo, desde las imprecisiones cartográficas del Tratado de Tordesillas y las manipulaciones cartográficas del Tratado de Madrid, pasando por varios otros procesos, Paraguay ha perdido porciones de sus dominios territoriales. Las acciones expansionistas territoriales imperialistas de la Confederación Argentina y del Imperio de Brasil en el contexto de la formación histórica de los estados nacionales en la Cuenca del Plata, combinadas con la disputa por la libre navegación y el acceso a los puertos, llevaron a Brasil, Argentina y Uruguay a la Guerra de la Triple Alianza contra Paraguay, bajo el financiamiento e intereses de Inglaterra. En esta guerra, Paraguay perdió más territorios y perecieron ¾ de su población civil. Medio siglo después, enfrentó a Bolivia en la Guerra del Chaco, cuando ganó, pero hasta hoy busca construir una capacidad económica y nacional que garantice la autonomía y un entorno propicio para superar su condición de país pobre y dependiente. Desde el siglo XVI, Asunción ha sido un centro político nacional. Partiendo de la capital, las direcciones de flujo de la ocupación histórica de su território revelan un movimiento axial centrífugo y antihorario, formando un semicírculo en dirección sur-este-norte con Encarnación, Ciudad del Este, Salto del Guairá, Pedro Juan Caballero y, más recientemente, Carmelo Peralta como pueblos fronterizos en los extremos del sur, este y norte de su territorio, constituidos en andenes, más allá del recorrido fluvial que brinda el río Paraguay. En el último período, las rutas bioceánicas, que atraviesan el Chaco en busca del Oceano Pacífico, parecen continuar este movimiento en busca de un giro complementario en relación a sus fronteras. Esto parece haber definido, o al menos influido fuertemente, la dinámica de ocupación de su territorio, su proceso económico histórico, la ubicación de sus ciudades más grandes y regiones metropolitanas, la densidad de sus fronteras, las decenas de ciudades gemelas y sus procesos transfronterizos. Durante el período de expansionismo imperialista, solo se utilizaba el río Paraguay para llegar al mar. Durante la fase histórica de contienda territorial, las acciones para conectar la infraestructura regional en su territorio fueron abortadas o boicoteadas por Argentina y Brasil. Posteriormente, ya en el período histórico de la integración, las oleadas de regionalismo que trajeron consigo los procesos de integración regional no fueron plenamente aprovechadas, aunque se pueden identificar avances en su lucha por la integración regional. En los últimos años, Paraguay ha invertido en procesos de planificación territorial encaminados a corregir sus fuertes desequilíbrios territoriales, sus asimetrías sociales y económicas internas, además de abrir nuevos caminos hacia el mar.es
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectGeografia históricapt_BR
dc.subjectParaguayen
dc.subjectSeaen
dc.subjectGeografia políticapt_BR
dc.subjectPlanejamento econômicopt_BR
dc.subjectMediterraneanen
dc.subjectFronteiraspt_BR
dc.subjectTerritoryen
dc.subjectBordersen
dc.subjectMar : Limites e fronteiraspt_BR
dc.subjectTerritóriopt_BR
dc.subjectMediterráneoes
dc.subjectFronterases
dc.titleO Paraguai e a busca de um caminho para o mar : repercussões territoriais decorrentes de sua condição de Estado mediterrâneopt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001163765pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentInstituto de Geociênciaspt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Geografiapt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2022pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


Thumbnail
   

Este item está licenciado na Creative Commons License

Mostrar registro simples