Os saltimbancos de São Paulo : artistas de rua e a democratização da arte nos espaços públicos

Abstract

Este trabalho buscou, através da observação etnográfica e realização de um roteiro de entrevistas parcialmente fechada e do método histórias de vida, surgido na Escola de Chicago, investigar se na perspectiva dos artistas de rua atuantes na cidade de São Paulo sua atuação artística nos espaços públicos pode evidenciar as ruas como amplo espaço de interação social democrático, igualitário e plural. Foram realizadas excursões in loco de diversos locais da cidade, dos quais foram escolhidas duas regiões para observação e coleta de dados: Centro Histórico e avenida Paulista. Através da etnografia urbana foram realizados diários de campo para observar os possíveis códigos existentes na prática dos artistas, e entrevistas foram conduzidas a partir do método qualitativo, com questões parcialmente fechadas e histórias de vida. Foi possível confirmar que a maior parte dos artistas entrevistados possui consciência da relação de seu trabalho com a democratização dos espaços e identificar códigos da prática artísticas bem como as trajetórias dos artistas.

This work sought, through the ethnographic observation and the use of a partially closed interview script and the life stories method, which emerged in the Chicago School, to investigate whether, from the perspective of street artists working in the city of São Paulo, their artistic performance in public spaces can highlight the streets as a broad space for democratic, egalitarian, and plural social interaction. In loco tours of various sites in the city were conducted, of which two regions were chosen for observation and data collection: the Historical Center and Paulista Avenue. Through urban ethnography, field diaries were made to observe possible codes in the artists' practice, and interviews were conducted based on the qualitative method, with partially closed questions and life stories. It was possible to confirm that most of the interviewed artists are aware of the relationship of their work with the democratization of spaces, and to identify codes of artistic practices as well as the trajectories of the artists.