Cobertura climática desde o Sul: análise crítica de discursos jornalísticos não hegemônicos

Abstract

Este artigo analisa os sentidos e as estratégias dos discursos jornalísticos sobre mudanças climáticas de três veículos não hegemônicos, comprometidos com uma sociedade mais sustentável: Colabora, Conexão Planeta e Envolverde. A pesquisa é ancorada metodologicamente na Análise Crítica do Discurso e se debruça sobre a cobertura sobre mudanças climáticas nos anos de 2019 e 2020. Os resultados revelam que os discursos sobre a emergência climática são fortemente atravessados pela perspectiva do Norte Global, sendo dominantes os enquadramentos sobre ações e efeitos, com forte espaço para atores do campo cientí co. Os ativistas, frequentemente ignorados pelos veículos hegemônicos, ganham destaque, mas não re etem o pluralismo esperado. As causas do colapso climático quase não são mencionadas. O sistema capitalista-colonialista, responsável pelo agravamento da crise climática, continua sendo invisibilizado, evidenciando traços da colonialidade jornalística mesmo nos meios que não podem ser categorizados como hegemônicos.

is article aims to analyze the meanings and strategies used by three non- -hegemonic media in their journalistic discourses on climate change, all of them committed to the transformation of a more sustainable society: Colabora, Conexão Planeta and Envolverde. is research is methodologically anchored in Critical Discourse Analysis and investigates the coverage of climate change in the years 2019 and 2020. e results demonstrate that the discourses on the climatic emergency are strongly crossed by the perspective of the North and dominated by a framework of actions and e ects, and referring to scienti c eld stakeholders as the main sources. Activists, o en ignored by hegemonic media, occasionally stand out, but do not re ect the expected pluralism. e causes of climate collapse are almost not mentioned. e capitalist-colonialist system, responsible for the worsening of the climate crisis, continues invisible, signalizing the presence of a journalistic coloniality even in the media that cannot be categorized as hegemonic.