O legado da raça branca : racismo e branquitude no livro A integração do negro na sociedade de classes, de Florestan Fernandes

Abstract

Este trabalho de conclusão de curso tem o intuito de analisar os impactos da branquitude nas relações estabelecidas entre patrões e trabalhadores brancos. Tal análise foi feita a partir da obra A Integração do Negro na Sociedade de Classes, O Legado da “Raça Branca”, de Florestan Fernandes, pois nela são perceptíveis os apontamentos do autor a respeito das vantagens que os trabalhadores brancos possuíam no mercado de trabalho, evidenciando a forma como Florestan compreendia a sociedade brasileira estruturada, entre outros parâmetros, por meio da hierarquização racial. Este estudo parte do pressuposto de que a falta de percepção a respeito das identidades raciais brancas pode levar a interpretações equivocadas sobre a realidade social brasileira. Para solucionar esse problema, é necessário um esforço coletivo para desconstruir a ideia de que o racismo é apenas um problema individual e reconhecer o privilégio branco. A branquitude acaba sendo, entre outras definições, uma forma de capital social que perpetua a desigualdade racial e social no país. É importante que os brancos ajam de maneira consciente para desconstruir a branquitude e compreender que ela não é algo natural na cultura brasileira.

This final course project aims to analyze the impacts of whiteness on the relationships established between white employers and workers. This analysis was based on the work The Integration of the Black in Class Society, The Legacy of the “White Race" by Florestan Fernandes, as it highlights the author's observations regarding the advantages that white workers had in the labor market, thus illustrating Florestan's understanding of Brazilian society, which, among other parameters, was structured through racial hierarchization. This study assumes that the lack of awareness regarding white racial identities can lead to misconceptions about Brazilian social reality. To address this issue, a collective effort is required to deconstruct the notion that racism is merely an individual problem and to recognize white privilege. Whiteness, among other definitions, becomes a form of social capital that perpetuates racial and social inequality in the country. It is important for white individuals to act consciously in order to deconstruct whiteness and understand that it is not something inherent in Brazilian culture.