Mostrar registro simples

dc.contributor.advisorPrá, Jussara Reispt_BR
dc.contributor.authorCegatti, Amanda Carolinapt_BR
dc.date.accessioned2024-02-16T05:00:16Zpt_BR
dc.date.issued2023pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/271965pt_BR
dc.description.abstractEsta tese aborda a violência política contra as mulheres em suas diferentes dimensões e manifestações, com o propósito de apreender as dinâmicas deste fenômeno na experiência de candidatas e representantes no contexto brasileiro, com destaque para casos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Amparada no diálogo entre os Estudos Feministas e a Ciência Política, esta é uma pesquisa qualitativa mista, que incorpora revisão bibliográfica e análises de fontes primárias e secundárias. Os dados primários somam vinte e cinco entrevistas com mulheres candidatas às eleições de 2018 e 2020, pertencentes a distintos lugares sociais em termos de raça e sexualidade, bem como a diferentes partidos políticos, ideologias e regiões do país. Os dados secundários provêm de obras e relatórios sobre violência política, e são utilizados de forma complementar às entrevistas. A pesquisa busca averiguar se os estudos sobre a temática são suficientes e adequados para pensar o cenário brasileiro, tendo em vista que observam o fenômeno como uma reação à presença de mulheres na política, constituindo em instrumento para afastá-las deste meio e garantir o monopólio dos homens. Essa motivação implicaria que todas as mulheres estivessem sujeitas à violência política baseada no gênero, independente de outros fatores, como pertencimento racial, agenda, ideologia e partidos políticos. Ainda, a pesquisa busca apresentar um conceito mais próximo ao contexto brasileiro e, argumenta que, nesse contexto, a violência política contra as mulheres deve ser observada considerando a misoginia, o racismo e o neoconservadorismo. Nessa direção, defende-se que, para além do gênero, a raça e a ideologia política das mulheres interfere na possibilidade de estas sofrerem agressões, bem como nos contornos e nas motivações dessa violência. Por essa razão, no Brasil, mulheres identificadas com a esquerda, sobretudo aquelas com agendas feministas e antirracistas, tendem a sofrer violências extremas e em grande frequência, particularmente a partir da ascensão do bolsonarismo. Merece destaque ainda o papel do racismo e da LGBTfobia nesses casos, que tendem a intensificar a experiência com a violência política contra mulheres de grupos minoritários. Por esse caminho, propõe-se a construção do conceito de violência política misógina em referência às agressões voltadas a impedir determinadas mulheres, que defendem certas agendas (ou seja, mulheres de esquerda feministas e antirracistas), de habitar o espaço da política institucional com suas reivindicações. Assim, o conceito de violência política misógina comporta como uma de suas dimensões a reação à presença de mulheres na política, sobretudo no caso das racializadas e LGBTQIAP+. Inclui, também, o ataque às agendas feminista e antirracista e outras pautas de esquerda, ao lado do disciplinamento dos corpos dessas mulheres. A partir disso, conclui-se que a violência política é experienciada por elas de diferentes formas, a depender de quem são os alvos. Mulheres que não pertencem a grupos minoritários e são identificadas com a direita, tendem a ser poupadas da violência de cunho misógino, apesar de estarem sujeitas à violência política baseada no gênero.pt_BR
dc.description.abstractThis thesis explores political violence against women in its different dimensions and manifestations, with the aim of understanding the dynamics of this phenomenon in the in the experience of female candidates and representatives in the Brazilian contexto, with focus on cases in the states of Santa Catarina and Rio Grande do Sul. Based on the dialog between Feminist Studies and Political Science, this is a mixed method research, which incorporates a literature review and the analysis of primary and secondary sources. The primary data comprises twenty-five interviews with women who were candidates for the 2018 and 2020 elections, and belong to different social positions in terms of race and sexuality, as well as different political parties, ideologies and regions of the country. The secondary data, reports and works on political violence, complement the interviews, and are helpful to contextualize the scenario. On one hand, the research seeks to ascertain whether the predominant studies on the subject are sufficient and adequate to think about the Brazilian scenario, given that these studies interprete political violence against women as a reaction to the their presence in politics, used as an instrument to maintain politics under the monopoly of men. This motivation would imply that all women tend to experience political violence, regardless of other factors such as their political agenda, ideology and parties. On the other hand, the research seeks to present a more appropriate a concept to the Brazilian context, arguing that, political violence against women should be observed taking into account misogyny, racism and neoconservatism. In this sense, it argues that, in addition to gender, women's race and political ideology interfere with the possibility of them suffering aggression. Race and political ideology also influences the contours and motivations of this violence. For this reason, in Brazil, left-winged women, especially those with feminist and anti-racist agendas, tend to suffer extreme and frequent violence, particularly since the rise of bolsonarism. It is also worth highlighting the role of racism and LGBTphobia in these cases, which tend to intensify the experience of violence in politics among women of minority groups. In this way, we propose the concept of misogynist political violence to refer to aggressions aimed at preventing certain women, who defend certain agendas, (feminists and anti-racist women) from being in institutional politics with their demands, while disciplining them. Thus, the concept of misogynist political violence admits that the reaction to the presence of women in politics is one of its dimensions, especially in the case of racialized and LGBTQIAP+ women. And it also includes, amognst them, attacks on left-wing agendas, especially the feminist and anti-racist agenda, and the disciplining of these women of its other dimensions. This argument leads to the conclusion that violence in politics is experienced in different ways, depending on who its targets are, meaning that women who do not belong to minority groups and are right winged tend to be spared of misogynistic violence, despite of the fact that they can be a target to gender-based political violence.en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectViolência políticapt_BR
dc.subjectMisogynyen
dc.subjectViolência contra a mulherpt_BR
dc.subjectPolitical violence against womenen
dc.subjectNeoconservadorismopt_BR
dc.subjectGenderen
dc.subjectRacismen
dc.subjectMisoginiapt_BR
dc.subjectGêneropt_BR
dc.subjectNeoconservatismen
dc.subjectRacismopt_BR
dc.subjectBrasilpt_BR
dc.titleMulheres de verdade, feministas bem-comportadas ou traidoras do gênero : misoginia e violência política contra mulheres no Brasilpt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001195351pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentInstituto de Filosofia e Ciências Humanaspt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Ciência Políticapt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2023pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


Thumbnail
   

Este item está licenciado na Creative Commons License

Mostrar registro simples