O "bluff" artístico : 1º Salão Moderno de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul

Abstract

O 1º Salão Moderno de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul inaugurou em 3 de janeiro de 1942 na Casa da Cama Patente, em Porto Alegre. A mostra terminou em 6 de janeiro, e um manifesto assinado pelos organizadores, Osvaldo Goidanich (1917—1995), Guido Mondin Filho (1912—2000), Edgar Koetz (1914—1969), e João Faria Viana (1905—1975), foi lido durante a solenidade de encerramento, um jantar em que se reuniram críticos de arte, jornalistas e os próprios artistas da mostra. O manifesto demonstra que a exposição foi um blefe dos artistas, de acordo com a documentação nos jornais Correio do Povo e Diário de Notícias. A falsa exposição de artes plásticas reuniu 48 obras improvisadas, disfarçadas de arte moderna, buscando nomear o Modernismo como uma armação e desmoralizá-lo para o público riograndense. A presente monografia pretende retomar a história do Salão, a partir de revisão das críticas de arte em jornais (1942) e da historiografia local, além de analisar a recusa inicial do Modernismo no Rio Grande do Sul.

The first Modern Salon of Plastic Arts in Rio Grande do Sul opened on January 3rd of 1942, at Casa da Cama Patente, in Porto Alegre. The exhibition ended on January 6th, and a manifesto signed by the organizers, Osvaldo Goidanich (1917—1995), Guido Mondin Filho (1912—2000), Edgar Koetz (1914—1969) and João Faria Viana (1905—1975), was read during the closing ceremony, a dinner where art critics, journalists, and the exhibition’s artists themselves gathered. The read manifesto demonstrates that the exhibition was a bluff by the artists according to the documentation from the newspapers Correio do Povo and Diário de Notícias. The false plastic arts exhibition gathered 48 improvised works, disguised as modern art to name Modernism as a framework and demoralize it to the public. This monograph intends to revisit the history of the Salon, based on a review of its art criticism in newspapers (1942) and local historiography, as well as analyzing the initial refusal of Modernism in Rio Grande do Sul.