Cinema, infância e criação: como as crianças surdas se relacionam com as imagens
dc.contributor.advisor | Marcello, Fabiana de Amorim | pt_BR |
dc.contributor.author | Raugust, Mayara Bataglin | pt_BR |
dc.date.accessioned | 2021-03-11T04:23:27Z | pt_BR |
dc.date.issued | 2020 | pt_BR |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10183/218599 | pt_BR |
dc.description.abstract | O tema central desta tese é a relação e os significados construídos entre a experiência visual da criança surda e a imagem, especificamente a imagem cinematográfica. Com isso, toma-se como objetivo desta investigação caracterizar os modos pelos quais as crianças surdas se relacionam com as imagens e o que elas têm a dizer sobre essas imagens, por meio de uma experiência singular de olhá-las. Para tanto, este trabalho precisou, primeiramente, constituir o conceito de infância surda para poder pensar as relações possíveis entre criança surda e imagem. Para compor a discussão sobre uma infância surda e poder dinamizá-la teórica, metodológica e analiticamente, foram criadas três categorias inseparáveis entre si, quais sejam, a criança surda como sujeito do olhar; a criança surda como sujeito da enunciação; a criança surda como sujeito da ética. Essas três categorias derivam: tanto de pressupostos teórico-metodológicos da pesquisa ligados à relação entre elementos que envolvem a produção do sujeito (do olhar, da linguagem e da ética), considerando o arcabouço teórico escolhido, qual seja, foucaultiano e 9jud-hubermaniano; como de um levantamento realizado sobre as pesquisas produzidas, nos últimos anos, no campo que liga surdez e infância; e as discussões produzidas pelo campo da Sociologia da Infância. A pesquisa ocorreu em uma turma de crianças surdas, de oito a doze anos, em uma escola de surdos da cidade de Pelotas – Rio Grande do Sul. As oficinas foram realizadas entre os anos de 2017 e 2018, totalizando 12 encontros, além das reuniões com a escola, pais e/ou responsáveis e com as crianças. Foram realizadas sessões de cinema com as crianças, oportunizando uma experiência estética a elas, através de diversos filmes de curta, média e longa-metragem. O objetivo das oficinas tratava-se de que em cada encontro fosse possibilitado o contato das crianças surdas com as diferentes imagens, deixando com que elas se relacionassem, interagissem entre si, e que pudessem trazer um pouco das suas experiências com as imagens. Analiticamente, as oficinas com as crianças demostraram que: 1) que o corpo da criança surda é tomado como extensão do seu olhar, na relação com a imagem, desencadeando uma ação performática que leva olhar e corpo a significarem a imagem. Destaca-se também que o olhar da criança compreende uma relação entre entendimento e criança, no sentido de que assistir um filme contempla outras configurações do que, de fato, se denomina entender um filme: 2) a partir do conceito de imagem desenvolvido por Didi-Huberman, compreende-se que para o estabelecimento de um diálogo com a imagem, por vezes, a criança necessita da companhia do outro, seja ele o companheiro de filme, a pesquisadora, a professora, ou si mesmo enquanto um outro; e 3) que a relação com a imagem (esta entendida e configurada como um outro, a partir das discussões que Foucault estabelece sobre a figura do outro)necessita de um desprendimento do olhar e do próprio pensamento da criança surda, com vistas ao questionamento, ao movimento. Esse desprendimento permitiu, portanto, uma relação ética com a imagem, a partir da tomada de posição, de que nos fala Didi-Huberman, levando as crianças a uma relação diferente com a imagem. Tais elementos discutidos no texto caracterizam singularidades relativas à infância surda no que diz respeito a seus modos de ver. Palavras-chave: Infância Surda. Cinema. Imagem. Ohar. | pt_BR |
dc.description.abstract | The subject of this thesis is the relationship and meanings constructed between the visual experience of the deaf child and the image — specifically the cinematographic image. The aim of this investigation is to characterize the ways in which deaf children relate to images and what they have to say about these images, through a unique experience of looking at them. To this end, it was first necessary to build the concept of childhood deafness in order to be able to think about the possible relations between deaf children and image. To conceive this discussion and streamline it theoretically, methodologically and analytically, three inseparable categories were created, namely: the deaf child as the subject of the gaze; the deaf child as the subject of the enunciation; the deaf child as the subject of ethics. These three categories derive from theoretical and methodological assumptions of the research connected to the relation between elements involving the production of the subject (of their gaze, language and ethics), considering the chosen theoretical framework from Foucault and Didi-Huberman. These derive, also, from a gathering of researches carried out in recent years in the field that links deafness and childhood and from discussions produced by the Sociology of Childhood. The research was carried out with a group of deaf children aged eight to twelve, in a school for the deaf in the city of Pelotas – RS. The workshops were held in 2017 and 2018, totaling 11 meetings. The aim of these workshops was to make it possible for the deaf children to have contact with different images at each meeting, allowing them to relate and interact with each other, bringing some of their experience with the images. Analytically, the workshops with children showed that: 1) the body of the deaf child is taken as an extension of their gaze in relation to the image, triggering a performance action that takes the gaze and the body to signify the image. It is also noteworthy that the child’s gaze comprises a relationship between the understanding and the child, in the sense that watching a film contemplates other configurations of what, in fact, is called understanding a film; 2) from the concept of image developed by Didi-Huberman, it is understood that, for the establishment of a dialogue with the image, sometimes the child needs the company of the other, being the film partner, the researcher, the teacher or themselves as another; 3) the relationship with the image (understood and configured as another, based on the discussions that Foucault established about the figure of the other) needs a detachment from the deaf child’s gaze and thinking, viewing the question and the movement. This detachment, therefore, allowed an ethical relation with the image, based on the position that Didi-Huberman explains, leading children to a different relationship with the image. Such elements discussed in the text characterize singularities related to deaf childhood with regard to their ways of seeing. | en |
dc.format.mimetype | application/pdf | pt_BR |
dc.language.iso | por | pt_BR |
dc.rights | Open Access | en |
dc.subject | Infância | pt_BR |
dc.subject | Deaf Childhood | en |
dc.subject | Cinema | en |
dc.subject | Surdez | pt_BR |
dc.subject | Image | en |
dc.subject | Cinema | pt_BR |
dc.subject | Gaze | en |
dc.subject | Imagem | pt_BR |
dc.subject | Olhar | pt_BR |
dc.subject | Deafness | en |
dc.title | Cinema, infância e criação: como as crianças surdas se relacionam com as imagens | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.identifier.nrb | 001123372 | pt_BR |
dc.degree.grantor | Universidade Federal do Rio Grande do Sul | pt_BR |
dc.degree.department | Faculdade de Educação | pt_BR |
dc.degree.program | Programa de Pós-Graduação em Educação | pt_BR |
dc.degree.local | Porto Alegre, BR-RS | pt_BR |
dc.degree.date | 2020 | pt_BR |
dc.degree.level | doutorado | pt_BR |
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