Acesso, uso e qualidade da atenção em saúde e diabetes : pesquisa nacional de saúde 2013 e 2019
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2023Author
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Doctorate
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Abstract in Portuguese (Brasil)
O diabetes é uma doença crônica de impacto global e a frequência dos não diagnosticados varia entre a população. No Brasil, aproximadamente um terço dos adultos com diabetes não são diagnosticados. Objetivou-se descrever a evolução do acesso ao diagnóstico de diabetes entre 2013 e 2019 e as iniquidades associadas a fatores demográficos, socioeconômicos e clínicos, e analisar a qualidade da atenção à saúde fornecida a pessoas com diagnóstico de diabetes no Brasil, em 2019. Foram utilizados dados ...
O diabetes é uma doença crônica de impacto global e a frequência dos não diagnosticados varia entre a população. No Brasil, aproximadamente um terço dos adultos com diabetes não são diagnosticados. Objetivou-se descrever a evolução do acesso ao diagnóstico de diabetes entre 2013 e 2019 e as iniquidades associadas a fatores demográficos, socioeconômicos e clínicos, e analisar a qualidade da atenção à saúde fornecida a pessoas com diagnóstico de diabetes no Brasil, em 2019. Foram utilizados dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). As edições de 2013 e 2019 da PNS foram realizadas em amostras probabilísticas de brasileiros com 18 anos ou mais. Definimos o acesso ao diagnóstico do diabetes por autorrelato e consideramos um teste ou consulta recente quando realizado ao longo dos dois anos anteriores. A qualidade da atenção à saúde fornecida a pessoas com diagnóstico de diabetes foi medida a partir do diagnóstico prévio de diabetes e classificada em três dimensões: acesso e utilização dos serviços de saúde, cuidado quanto às orientações de hábitos de vida saudáveis e acompanhamento das ações para detecção de complicações. Utilizou-se a regressão de Poisson com variância robusta para avaliar correlações de acesso diagnóstico, expressando-os com razões de prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%). O acesso ao diagnóstico e ao cuidado de diabetes foi alto. Mais de 70% dos participantes sem diagnóstico de diabetes (18 anos ou mais) relataram ter feito teste glicêmico nos últimos dois anos, 71% em 2013 e 77% em 2019. Isso é consistente com um acesso também amplo à consulta médica nos dois anos anteriores, 86% e 89% em 2013 e 2019, respectivamente. Ao analisarmos o acesso ao teste diagnóstico e realização de consulta recente, o acesso permanece elevado, 67% e 74%, respectivamente. Ter maior idade, escolaridade e obesidade, diagnóstico prévio de hipertensão e ser mulher associaram-se ao maior acesso ao diagnóstico de diabetes (p< 0,001). Em contrapartida, relatar ser preto ou pardo (cor parda), residir na zona rural e não possuir plano de saúde esteve associado ao menor acesso ao diagnóstico (p<0,001). Com relação à qualidade da atenção à saúde, o uso regular dos serviços de saúde para acompanhamento do diabetes também foi elevado, inclusive para os moradores em áreas rurais. As orientações de hábitos de vida saudáveis e a solicitação da glicemia estiveram presentes em mais de 90% dos atendimentos. A prevalência da realização do exame de vista (fundo de olho) foi em torno de 50% e do exame dos pés para verificar sensibilidade ou presença de feridas não ultrapassou 30%. Embora o acesso ao diagnóstico e ao cuidado para diabetes seja elevado no Brasil, devido ao seu sistema universal de saúde, iniquidades sociais ainda estão presentes, exigindo ações específicas no sistema de saúde, principalmente nas áreas rurais e entre os autodeclarados negros ou pardos. ...
Abstract
Diabetes is a chronic disease of global impact and the frequency of the undiagnosed varies among the population. In Brazil, approximately one third of adults with diabetes go undiagnosed. This study aimed to describe the evolution of access to diabetes diagnosis and between 2013 and 2019 and the inequities associated with demographic, socioeconomic and clinical factors, and to analyze the quality of health care provided to people diagnosed with diabetes in Brazil in 2019. Data from the National ...
Diabetes is a chronic disease of global impact and the frequency of the undiagnosed varies among the population. In Brazil, approximately one third of adults with diabetes go undiagnosed. This study aimed to describe the evolution of access to diabetes diagnosis and between 2013 and 2019 and the inequities associated with demographic, socioeconomic and clinical factors, and to analyze the quality of health care provided to people diagnosed with diabetes in Brazil in 2019. Data from the National Health Survey (PNS) were used. The 2013 and 2019 editions of the PNS were conducted on probabilistic samples of Brazilians aged 18 years or older. We defined access to diabetes diagnosis by self-report and considered a recent test or consultation when performed over the previous two years. The quality of health care provided to people diagnosed with diabetes was measured from the previous diagnosis of diabetes and classified into three criteria: variables of access to and use of health services, care variables regarding the orientation of healthy lifestyle habits and variables of follow-up of actions to detect complications. Poisson regression with robust variance was used to evaluate diagnostic access correlations, expressing them with prevalence ratios (PR) and their respective 95% confidence intervals (95% CI). Access to diabetes diagnosis and care was high. More than 70% of participants without a diabetes diagnosis (18 years or older) reported having taken a glycemic test in the past two years, 71% in 2013 and 77% in 2019. This is consistent with also broad access to medical consultation in the previous two years, 86% and 89% in 2013 and 2019, respectively. When analyzing access to the diagnostic test and those who had a recent consultation, access remains high, 67% and 74%, respectively. Being older, having schooling and obesity, a previous diagnosis of hypertension and being a woman were associated with greater access to the diagnosis of diabetes (p< 0.001). On the other hand, reporting being black or brown (brown), living in rural areas and not having health insurance was associated with lower access to diagnosis (p<0.001). Regarding the quality of health care, the regular use of health services for diabetes monitoring was also high, including for residents in rural areas. Counselling regarding a healthy lifestyle habit and the request of blood glucose were present in more than 90% of the visits. The prevalence of the examination of the eye (fundus) was around 50% and the examination of the feet to verify sensitivity or presence of wounds did not exceed 30%. Although access to diagnosis and care for diabetes is high in Brazil, due to its universal health system, social inequities are still present, requiring specific actions in the health system, especially in rural areas and among self-declared blacks or mixed-race. ...
Institution
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia.
Collections
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Health Sciences (9088)Epidemiology (468)
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