Associação de anormalidades na tomografia computadorizada de tórax e comprometimento da função pulmonar em pacientes com sintomas respiratórios após a COVID-19

Abstract

Objetivo: Avaliar a prevalência e o tipo de anormalidades pulmonares residuais em tomografias computadorizadas (TC) de tórax e provas de função pulmonar (PFP) de pacientes sintomáticos respiratórios pós-COVID após 12 meses e analisar as associações entre os achados de imagem e PFP. Métodos: Os achados tomográficos foram avaliados por dois radiologistas e foi calculado um escore semiquantitativo na TC onde cada um dos cinco lobos pulmonares foi pontuado visualmente em uma escala de 0 a 5. Uma pontuação de 0 indicou nenhum envolvimento, 1 indicou um envolvimento de < 5%, 2 indicou um envolvimento de 5-25%, 3 indicou um envolvimento de 26-49%, 4 indicou um envolvimento de 50-75%, e 5 indicou um envolvimento de > 75%. O escore total da TC foi a soma das pontuações lobares individuais, variando de 0 (nenhum envolvimento) a 25 (envolvimento máximo). As PFP incluíram espirometria, pletismografia e a capacidade de difusão pulmonar para monóxido de carbono (DLCO). Resultados: Trinta e sete pacientes foram incluídos no estudo. Aos 12 meses, 78,3% dos pacientes apresentaram anormalidades residuais na TC de tórax, incluindo opacidades reticulares (75,7%), bronquiectasias/bronquiolectasias de tração (43,2%) e achados do semelhantes a fibrose ( fibrosis -like)(43,2%). O escore global médio de TC foi de 9,30 ± 2,59. Pacientes com achados semelhantes a fibrose (fibrosis-like) apresentaram capacidade pulmonar total (CPT) prevista menor (68,6% vs. 80,6%, p=0,018). Foi encontrada uma correlação negativa moderada entre o escore global da TC e a CPT prevista (rs=-0,49, p=0,003). Conclusões: Uma proporção significativa de pacientes sintomáticos respiratórios pós-COVID demonstrou anormalidades pulmonares residuais na TC de tórax em 12 meses, com prevalência substancial de achados semelhantes a fibrose ( fibrosis -like). Esses achados foram associados a distúrbio ventilatórios restritivos.

Objective: This study aimed to assess the prevalence and type of residual lung abnormalities on chest computed tomography (CT) and pulmonary function testing (PFT) variables in respiratory symptomatic patients with post-COVID condition at 12 months follow-up, and to analyze associations between CT findings and PFT parameters. Methods: CT findings were evaluated by two radiologists, and PFTs included spirometry, plethysmography, and the diffusing capacity of the lung for carbon monoxide (DLCO). A CT semiquantitative score was calculated where each of the five lung lobes was visually scored on a scale of 0 to 5. A score of 0 indicated no involvement, 1 indicated an involvement of < 5%, 2 indicated an involvement of 5-25%, 3 indicated an involvement of 26-49%, 4 indicated an involvement of 50-75%, and 5 indicated an involvement > 75%. The total CT score was the sum of the individual lobar scores, ranging from 0 (no involvement) to 25 (maximum involvement). Results: Thirty-seven patients were included in the study. At 12 months, 78.3% of patients exhibited residual abnormalities on chest CT, including reticular opacities (75.7%), traction bronchiectasis/bronchiolectasis (43.2%), and fibrotic-like findings (43.2%). The mean global CT score was 9.30 ± 2.59. Patients with fibrotic-like findings had significantly lower predicted total lung capacity (TLC) (68.6% vs. 80.6%, p=0.018). A moderate negative correlation was found between the global CT score and predicted TLC (rs=-0.49, p=0.003). Conclusions: A significant proportion of respiratory symptomatic patients with post-COVID condition demonstrated residual lung abnormalities on chest CT at 12 months, with a substantial prevalence of fibrotic-like findings. These findings were associated with restrictive ventilatory defects, highlighting the potential for long-term pulmonary sequelae in this population.